Uma das principais áreas de trabalho do Departamento de Cooperação Econômica, explicou o diplomata, é garantir os interesses russos na estrutura da
diplomacia econômica multilateral.
Segundo ele, a politização da economia global faz com que os países da "maioria global" estejam deixando gradualmente de usar "moedas tóxicas", como o dólar, que se desacreditou pela irresponsável política macroeconômica ocidental, inflação e interrupções nas cadeias de suprimento internacionais, bem como
problemas contínuos no sistema bancário dos países desenvolvidos.
"Os países do Sul Global não estão satisfeitos com o fato de o dólar ter se transformado de um meio de pagamento e poupança em uma arma contra os indesejados. Qualquer Estado cuja orientação política, por algum motivo, não agrade ao Ocidente coletivo corre o risco de enfrentar sanções e se tornar vítima de uma agressão financeira e econômica em grande escala por parte de Washington e seus satélites", disse Birichevsky.
Devido a isso, os países não ocidentais, de acordo com ele, "chegam à conclusão de que um mundo com várias moedas é inevitável, como base para uma nova ordem mundial multipolar".
Contudo, ainda é difícil falar sobre uma
moeda única do BRICS porque esse projeto ainda está na fase de estudo de especialistas.
Birichevsky acredita que a criação de tal plataforma poderia aproximar os mercados financeiros dos países-membros do BRICS e incentivar o comércio bilateral.
A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro deste ano. Nessa data, além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, entraram no bloco os novos países-membros: o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita. No dia 20 de agosto, o Azerbaijão solicitou oficialmente sua adesão ao BRICS.