Em um discurso nesse mesmo dia, a diplomata afirmou que a Casa Branca chancela a adesão de Índia, Alemanha e Japão ao conselho. Mas deixou claro que não existe a mesma decisão "explícita" sobre o Brasil, segundo a coluna de Jamil Chade no UOL.
Os quatro países fazem parte do que é chamado de G4, grupo que defende uma expansão do Conselho e um lugar para cada um deles.
"Sobre o G4, nós expressamos nosso apoio para o Japão, Alemanha e Índia. Nós não expressamos explicitamente apoio ao Brasil", afirmou Thomas-Greenfield, citada pela mídia.
A embaixadora não ofereceu uma explicação sobre o motivo pelo qual não garante o Brasil no grupo e apenas indicou que, no caso de Nova Deli, o apoio norte-americano era "forte".
Sobre os países africanos e insulares, a medida ocorre no momento em que os EUA buscam reparar os laços com a África, onde muitos estão descontentes com o apoio de Washington à guerra de Israel na Faixa de Gaza, e aprofundar as relações com as nações insulares do Pacífico, importantes para combater a influência chinesa na região.
No caso, caberia aos Estados africanos decidirem quais países preencheriam as duas cadeiras permanentes do conselho, disse a embaixadora. Já os pequenos Estados insulares em desenvolvimento merecem uma cadeira eleita rotativa porque oferecem "percepções críticas sobre uma série de questões internacionais de paz e segurança: incluindo, notavelmente, o impacto das mudanças climáticas".
As nações em desenvolvimento há muito tempo exigem assentos permanentes no Conselho de Segurança, o órgão mais poderoso das Nações Unidas. Mas anos de negociações sobre reformas se mostraram infrutíferas e não está claro se o apoio dos EUA poderia levar à ação.
Os Estados Unidos não apoiam a expansão do poder de veto para além dos cinco países que o detêm, disse Thomas-Greenfield, segundo a Reuters.
"Nenhum dos membros permanentes quer abrir mão do poder de veto, incluindo nós", ela disse. "[...] achamos que se expandirmos esse poder de veto para todos, isso tornará o conselho mais disfuncional", afirmou.
Em fevereiro, durante reunião com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, reiterou o apoio russo ao Brasil para vaga permanente no Conselho de Segurança. Junto ao Brasil, Moscou também apoia a entrada da Índia no conselho, disse o chanceler na época.