No sábado (21), foi noticiado que o Talibã estava pedindo a Moscou que permitisse que o vice-primeiro-ministro afegão Abdul Ghani Baradar participasse da 14ª Cúpula do BRICS, que acontecerá em Kazan de 22 a 24 de outubro.
Uma carta do grupo foi enviada pelo ministro da Indústria e Comércio afegão em exercício, Nooruddin Azizi, ao conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov.
À Sputnik, Suhail Shaheen argumentou que o Talibã é "vítima de uma campanha difamatória por parte de alguns meios de comunicação".
"É importante para nós participar deste fórum e apresentar nossa visão, nossa posição sobre as questões discutidas na cúpula. Isso é indispensável para a paz global, entendimento mútuo, cooperação e coexistência pacífica."
Em agosto de 2021, o Afeganistão voltou ao controle do Talibã, que em poucas semanas formou um governo liderado por Mohammad Hassan Akhund, um dos fundadores do movimento. O primeiro-ministro afegão é designado como terrorista pelo Conselho de Segurança da ONU.
Na Rússia, o movimento Talibã foi designado como um movimento terrorista e proibido por uma decisão da Suprema Corte em 14 de fevereiro de 2003. Em 29 de dezembro de 2023, o Cazaquistão removeu o Talibã de sua lista de organizações proibidas. Até agora, apenas Astana retomou laços diplomáticos oficiais com Cabul.
No final de maio deste ano, o enviado presidencial russo ao Afeganistão, Zamir Kabulov, confirmou à Sputnik que dois ministérios, o das Relações Exteriores e o da Justiça, recomendaram que o Kremlin removesse o Talibã da lista de organizações terroristas na Rússia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a Rússia estava considerando a remoção. O presidente russo Vladimir Putin também disse que a questão estava em discussão.
Desde 2022, são concedidos vistos especiais a membros do Talibã para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês). Em 4 de julho deste ano, Putin afirmou que o Talibã, como governantes do Afeganistão, pode ser um aliado no combate ao terrorismo.
Em 1º de janeiro, a Rússia assumiu a presidência rotativa do grupo BRICS para 2024, ano que começou com a admissão de novos membros.
Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, aos quais o grupo deve sua sigla, agora são membros Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Hoje o BRICS responde por quase metade da população mundial, mais de 40% da produção global de petróleo bruto e cerca de 25% das exportações globais.