Aposentando antigos Hércules C-130, da Lockheed Martin, o modelo brasileiro mal estreou nos ares e já é um sucesso de vendas. Inicialmente encomendado pela Força Aérea Brasileira (FAB), o C-390 já foi encomendado pelas forças aéreas de Portugal, Hungria, Países Baixos, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul.
A aeronave de transporte ainda é cotada para entrar em mais aeronáuticas, como as de Índia, Suécia, África do Sul, Grécia, Egito, Angola, Colômbia e Ruanda.
Em comparação com o modelo norte-americano, o C-390 consegue transportar uma carga útil de 26 toneladas, ou 66 paraquedistas, além de voar a uma velocidade de cruzeiro a 870 km/h com seu motor turbofan e ser capaz de realizar uma vasta gama de missões, desde transporte e lançamento de tropas a combate a incêndios, evacuação médica, busca e resgate e reabastecimento ar-ar. Seu alcance varia entre 2.000 km e 5.020 km, dependendo da carga.
O C-390 ainda consegue operar em pistas não pavimentadas e possui muitos componentes de uso dual, tendo fácil manutenção. Seu preço, que varia conforme as configurações pedidas pela força aérea, também está alinhado com o do C-130, podendo inclusive ser mais barato, dependendo das especificações.
A única coisa que o C-390 não tem, quando comparado ao conhecido norte-americano, é seu histórico de uso. O C-130, por exemplo, participou do bombardeio de Belgrado.
Ainda assim, há outros modelos que disputarão o mercado dos próximos anos nesse segmento. Confira abaixo quais serão.
Ilyushin Il-276
O Ilyushin Il-276 é um modelo que está sendo desenvolvido pela United Aircraft Corporation (UAC), conglomerado de empresas de aviões da Rússia. As forças russas normalmente operam modelos grandes de aviões de transporte, como o Antonov An-26 e o Ilyushin Il-76.
Como o modelo ainda está sendo desenhado, apenas algumas características foram reveladas, como sua capacidade de levar cerca de 20 toneladas e atingir uma velocidade de cruzeiro de 800 km/h com motores turbofan. Um dos maiores destaques do Il-276 é, contudo, a possibilidade de transportar até 150 paraquedistas.
Kawasaki C-2
O Kawasaki C-2 é um modelo desenvolvido pela divisão aeroespacial da Kawasaki e operado exclusivamente pelo Japão, ainda que haja conversas de vendas para Nova Zelândia e Emirados Árabes Unidos.
Criado para substituir os antigos Kawasaki C-1 e os C-130, ele foi introduzido na Força de Defesa Aérea do Japão em 2016. De motor turbofan, possui capacidade para transportar 32 toneladas, com alcance entre 4.500 km e 7.600 km, e uma velocidade de cruzeiro de 890 km/h.
As características superiores às do C-390 são explicadas pelo tamanho da aeronave, cerca de 25% maior que o modelo brasileiro. Ou seja, por mais que seja considerada uma aeronave média, o C-2 está beirando os modelos maiores e, diferentemente do avião da Embraer, deve ser utilizado de preferência em pistas pavimentadas.
A aeronave Kawasaki C-2, da força aérea do Japão, durante exibição no show aéreo Australian International Airshow, em 2 de março de 2019
© flickr.com / joolsgriff
Shaanxi Y-9
Desenvolvido pela Shaanxi para a Força Aérea do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, o Y-9 é outro modelo de transporte militar médio, sendo uma melhoria do Y-8.
É pouco conhecido no Ocidente — o único país que opera um Y-9 além da China é Mianmar, adquirido em 2017. Já o Y-8 é mais popular, já tendo sido vendido a Cazaquistão, Paquistão, Sri Lanka, Sudão, Tanzânia, Mianmar e Venezuela.
De quatro motores turboélice, o Y-9 pode levar até 25 toneladas, ou 116 paraquedistas, com uma velocidade de cruzeiro de 560 km/h e um alcance de 2.200 km.
Modelo Shaangxi Y-9, da Força Aérea do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, em 30 de agosto de 2021
© flickr.com / Anna Zvereva
Airbus A400M Atlas
Um pouco mais antigo, tendo sido introduzido na primeira aeronáutica em 2013, o modelo europeu é outro que, assim como o da Embraer, é bem aceito nos mercados internacionais. Hoje ele é operado principalmente por nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Turquia e Bélgica.
Em menor número, o A400M ainda pode ser encontrado nas forças aéreas da Malásia, do Cazaquistão e da Indonésia.
Assim como o modelo japonês, ele é um modelo de transporte médio que adentra as capacidades dos grandes, podendo levar 37 toneladas, ou 116 paraquedistas. Seus quatro motores turboélice ainda o permitem chegar a uma velocidade de 718 km/h, com uma autonomia entre 4.500 km e 6.600 km, dependendo do peso da carga.
Modelo do Airbus A400 Atlas operado pela Força Aérea Real britânica em exibição durante o Royal International Air Tattoo, em 7 de julho de 2016
© flickr.com / Airwolfhound