Entre os critérios já debatidos estão o apoio à reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o Conselho de Segurança; a manutenção de relações amigáveis com os atuais membros, como Rússia, China e Irã; e a não adoção de sanções econômicas sem a autorização da ONU.
Os chefes de Estado, incluindo o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, discutirão a formalização desses critérios, que estão em fase avançada de negociação, segundo o Itamaraty.
Dezenas de países já demonstraram interesse em
se juntar ao grupo como parceiros associados. Atualmente o BRICS conta com dez membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos recém-integrados Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
O embaixador ressaltou a importância de os países candidatos ao status de parceiro associado defenderem a reforma da ONU e não imporem ou apoiarem sanções sem o aval do Conselho de Segurança.
Eduardo Saboia adiantou ainda que um dos fatores importantes na aceitação de novos membros associados será a representação geográfica:
A Argentina estava cotada para se tornar membro pleno, representando a América Latina, mas desistiu após a vitória do
presidente Javier Milei, no final de 2023.
Outro tema de destaque da cúpula, segundo o
representante do Itamaraty, será a
redução da dependência do dólar nas transações comerciais entre os membros do grupo, além do fortalecimento de instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados por potências ocidentais.
A
Declaração de Kazan, documento final da cúpula, consolidará as posições dos
líderes do BRICS após o encontro na Rússia. Com a presidência do grupo em 2024, o Brasil pretende dar continuidade às negociações para
ampliar o uso de moedas nacionais nas transações comerciais entre os países-membros.
O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 24 deles representados por chefes de Estado. Dos dez membros plenos, nove serão representados por seus presidentes, incluindo Lula. A única exceção será a Arábia Saudita, que enviará seu ministro das Relações Exteriores.
Atualmente o BRICS responde por cerca de 36% do produto interno bruto (PIB) global, superando o G7, que concentra aproximadamente 30%. O grupo foi criado em 2006, inicialmente como BRIC, e ganhou sua primeira cúpula de chefes de Estado em 2009. Em 2011, com a entrada da África do Sul, passou a se chamar BRICS.