Teerã "nunca interferiu" nos assuntos internos do Líbano ou de qualquer outro país, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baghaei, em uma entrevista coletiva na capital iraniana nesta segunda-feira (21), segundo a Bloomberg.
Seus comentários foram feitos depois que o presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, recebeu uma repreensão pública do primeiro-ministro libanês Najib Mikati na semana passada por dizer que Teerã poderia negociar com a França sobre a implementação de uma resolução da ONU de 2006 que previa a retirada do Hezbollah de partes do sul do Líbano.
O premiê libanês descreveu os comentários como "interferência flagrante".
Teerã falará com "qualquer país" que tenha propostas sobre como parar as operações militares de Israel no Líbano e em Gaza, acrescentou Baghaei nesta segunda-feira (21).
Israel intensificou uma ofensiva contra o Hezbollah no mês passado, lançando uma série de ataques aéreos e uma invasão terrestre no sul do Líbano.
Também hoje (21), autoridades dos Estados Unidos e de Israel disseram ao portal Axios que o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, que é confidente do premiê Benjamin Netanyahu enviou um documento ao enviado especial da Casa Branca, Amos Hochstein, na quinta-feira (17), no qual Israel descreve suas exigências para cessar-fogo.
Nele, Tel Aviv exigiu que as Forças de Defesa de Israel (FDI) tenham permissão para se envolver em "execução ativa" para garantir que o Hezbollah não se rearme e reconstrua sua infraestrutura militar perto da fronteira.
O governo israelense também exigiu que sua Força Aérea tivesse liberdade de operação no espaço aéreo libanês, acrescentou o relatório, conforme noticiado.