Anteriormente, a mídia sul-coreana Yonhap disse que Seul considera enviar uma equipe de especialistas à Ucrânia para monitorar os militares norte-coreanos que Pyongyang, segundo informações sul-coreanas, pretende enviar para participar na operação militar especial na Ucrânia.
Oficiais do governo sul-coreano teriam dito também que Seul considera, como parte da resposta, fornecer à Ucrânia armas letais.
O South China Morning Post indica que as armas que a Coreia do Sul poderia enviar a Kiev são o sistema de mísseis antiaéreos Cheongung-II, obuseiros autopropulsados K9, tanques K2 e lançadores múltiplos de foguetes Chunmoo.
Porém, mesmo a própria oposição sul-coreana adverte o governo atual de não tomar decisões com base em dados de inteligência não confirmados.
Os legisladores da oposição, Kim Joon-hyung e Lee Jae-gang, fizeram uma declaração conjunta, citada pelo jornal, em que alertam que Seul está "brincando com o fogo" ao se basear em informações não verificadas.
Eles também acreditam que qualquer ação de retaliação da Coreia do Sul ao vizinho do Norte vai ser um grave erro.
De acordo com eles, o atual presidente sul-coreano está usando esse tema para "distrair o público de um crescente escândalo político" de corrupção envolvendo sua mulher.
Um cientista político da Universidade Nacional de Incheon Lee Jun-han, por sua vez, aponta que o governo conservador da Coreia do Sul tem uma grande experiência de "exagerar as ameaças do Norte para aumentar o apoio público".
"Mas os riscos são muito altos para que o país jogue esse jogo agora", alerta.
Outro especialista, o diretor da Universidade de Estudos da Coreia do Norte Yang Moo-jin, também opina que a reação brusca de Seul às informações não confirmadas nem mesmo pelos Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está ligada "à necessidade de abordar preocupações domésticas".
Anteriormente, a embaixada russa em Seul afirmou que a cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte é realizada no quadro da lei internacional e não é direcionada contra os interesses de segurança da Coreia do Sul.
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentando o suposto envio de tropas da Coreia do Norte para a zona de combates na Ucrânia, chamou a atenção para a contradição das informações sobre esse assunto, quando "a Coreia do Sul diz uma coisa, depois o Pentágono diz que não tem confirmação de tais declarações".
A Casa Branca e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, informaram que não têm dados que confirmem as alegações de envolvimento de Pyongyang no conflito na Ucrânia.