No início da semana, o jornal The Guardian informou que o Reino Unido não planeja pagar reparações ou pedir desculpas por seu papel no comércio de escravos no passado.
"Sem dúvida, a escravidão foi terrível, mas eu prefiro arregaçar as mangas e trabalhar com eles [as ex-colônias britânicas] nos desafios atuais que afetam o futuro, em vez de gastar muito tempo no passado", declarou Starmer.
Segundo o primeiro-ministro, as questões mais frequentemente abordadas pelos países que foram colonizados pelos ingleses são os problemas contemporâneos e o interesse no apoio financeiro do Reino Unido para enfrentar os desafios atuais.
Anteriormente, a mídia britânica relatou que 15 países do Caribe poderiam exigir que o Reino Unido pagasse cerca de US$ 269 bilhões (R$ 1,5 trilhão) em reparações pelos danos causados pelo comércio de escravos.
Um encontro, que contará com a presença do rei Carlos III do Reino Unido e do primeiro-ministro Keir Starmer, acontece em Samoa até o dia 26 de outubro.
Em 2023, Patrick Robinson, então juiz do Tribunal Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que o Reino Unido não poderá mais ignorar os apelos para pagar reparações aos países afetados pelo comércio transatlântico de escravos.
De acordo com uma pesquisa da consultoria norte-americana Brattle Group, o país deveria pagar US$ 24 trilhões (R$ 136 trilhões) em reparações às nações e povos afetados.
Anteriormente, a Igreja da Inglaterra, após a publicação de um relatório completo sobre seus laços históricos com o comércio transatlântico de escravos, anunciou que destinaria 100 milhões de libras (R$ 735 milhões) nos próximos nove anos como compensação pelos "erros do passado".