Kourouma ressaltou que o BRICS junta os países não apenas para se desenvolverem, mas também para estabelecerem uma moeda única.
Ele acredita que o dólar dos EUA e o euro, moeda da União Europeia, poderão ter um concorrente na forma de uma moeda comum do BRICS no futuro.
"Já existem o dólar e o euro. Se os principais países se unirem para desenvolver algo assim, acho que é uma possibilidade. É a concorrência que vai definir suas regras. E a concorrência favorece o mercado. Concordo que deve haver concorrência em todos os níveis", disse Kourouma.
O parlamentar guineano observou que novos parceiros do BRICS, como a Turquia, estão demonstrando interesse na associação.
"Os grandes países estão batendo na porta. Na minha opinião, ainda é necessário ir à África e fazer o que as organizações clássicas não foram capazes de fazer."
Ele disse que a evolução do BRICS e de suas instituições, inclusive o Novo Banco de Desenvolvimento, chefiado por Dilma Rousseff, vai fazer com que a associação desempenhe um papel mais importante.
Segundo ele, a 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, que ocorreu de 22 a 24 de outubro, mostrou que a Rússia não está isolada e está se desenvolvendo apesar da pressão das sanções ocidentais.
"Esta cúpula está mais bem organizada do que as eleições nos EUA. O mundo inteiro está aqui. Estou surpreso, há milhares de jornalistas aqui. [...] A Rússia não está isolada", afirmou.
Ele acrescentou que as sanções se tornaram uma boa oportunidade para o desenvolvimento da Rússia.
Cúpula em Kazan culminou presidência russa
O BRICS é uma associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2024. Em 2025, a presidência vai passar da Rússia para o Brasil.
O ano começou com a entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, o BRICS agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
A 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, com a participação de representantes de 36 países e seis organizações internacionais, foi realizada de 22 a 24 de outubro.
O Brasil foi representado pelo ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, pois o chefe de Estado Lula da Silva teve que cancelar sua viagem um dia antes devido a um acidente doméstico.
A cúpula foi o evento final da presidência russa da associação, e foi realizada sob o lema de fortalecer o multilateralismo para o desenvolvimento global equitativo e a segurança.