Em 2020, o então presidente Donald Trump argumentou que votos destinados a ele haviam sido "roubado" por conta das cédulas enviadas pelo correio e máquinas de votação fraudadas.
Os democratas estão jogando o "jogo longo" com suas políticas de imigração, apostando os dividendos na mudança na composição da população dos EUA, disse à Sputnik o Dr. Nicholas Waddy, professor associado de história na SUNY Alfred e apoiador de Trump.
"A imigração em geral, seja ela legal ou ilegal, muda o tecido da América. Por exemplo, a porcentagem do eleitorado que é branco, branco não hispânico, caiu de cerca de 90% para menos de 70% na última eleição. Essa é uma grande vantagem para os democratas", observou Waddy.
Estados como Arizona, Geórgia e Nevada, que costumavam ser estados "vermelhos", tornaram-se estados "azuis" ou "indecisos", explicou o especialista, "porque suas populações mudaram ao longo do tempo".
"[Os democratas] sabem que ganham mais votos entre os imigrantes, entre as pessoas de cor", e acreditam que "se conseguirem dobrar a curva demograficamente e mudar a população dos Estados Unidos, isso vai render dividendos para eles", afirmou o analista.
Algumas pesquisas de boca de urna durante a eleição de 2020 mostraram que 65% dos imigrantes votaram em Biden, enquanto 32% votaram em Trump.
"Muitos desses imigrantes ilegais que chegam, eles estão tentando fazê-los votar. Eles nem sabem falar inglês. Eles nem sabem em que país estão, praticamente. E essas pessoas estão tentando fazê-los votar. E é por isso que estão permitindo que eles entrem em nosso país", afirmou Trump em setembro.
O CEO da SpaceX e proprietário da X, Elon Musk, fez uma acusação semelhante nas redes sociais, afirmando que "o governo Biden/Harris tem levado 'solicitantes de asilo', que são rapidamente encaminhados para obter cidadania, diretamente para estados indecisos como Pensilvânia, Ohio, Wisconsin e Arizona. É uma maneira infalível de vencer todas as eleições".
Trump prometeu "acabar com esse pesadelo de fronteira" em seu discurso de nomeação durante a conferência do seu partido em julho.
"Os democratas estão jogando um jogo longo. Acho que os republicanos não deram suporte adequado à acusação de que há um grande número de não cidadãos votando. Mas, da perspectiva democrata, eventualmente eles se tornarão cidadãos e eventualmente votarão", disse Nicholas Waddy.
Além disso, os parlamentares democratas têm feito campanha ativamente para aprovar a legislação de direitos de voto no Congresso, visando reduzir ou eliminar restrições eleitorais. Eles argumentam que requisitos rígidos de identificação e votação presencial, frequentemente defendidos pelos republicanos, impedem indivíduos de baixa renda, afro-americanos e outros grupos minoritários de exercer seu direito ao voto.
Os republicanos estão compreensivelmente preocupados com os democratas empregando truques como uma "participação fraudulenta de pessoas que não são elegíveis para votar, ou pessoas que não existem usando a identidade de outra pessoa, por exemplo, a identidade de uma pessoa morta", disse o analista político americano Don Debar à Sputnik.
"Isso não é tão incomum", disse ele.
Os democratas apresentam as tentativas do Partido Republicano de "reprimir incidentes de fraude exigindo que as pessoas apresentem documentos de identificação legais ou qualquer outra medida extra que precise ser tomada" como um esforço "para conter a participação", disse o especialista.
Ele fez referência a uma opinião, ostensivamente apoiada por dados históricos, de que "quanto maior a participação em uma eleição presidencial, melhor o Partido Democrata se sai, e quanto menor a participação, melhor o Partido Republicano se sai".
Quanto à diluição ou abolição de regras rígidas de identificação defendidas pelos democratas, o especialista observou que "a maioria das pessoas no mundo é obrigada a apresentar algum tipo de prova de quem são quando vão votar, pelos motivos óbvios. Mas esse não é o caso aqui", concluiu.