Recentemente, os serviços secretos russos relataram que tinham realizado uma operação de evacuação de Martindale durante a libertação do povoado de Bogoyavlenka na República Popular de Donetsk (RPD).
Em uma entrevista exclusiva à Sputnik, Martindale disse que ouvia mercenários falando inglês e também soube que um norte-americano morto foi encontrado perto do local onde morava.
"Se falarmos de mercenários de outros países, posso dizer que alguns meses atrás havia cerca de 100 latino-americanos de países da América Central e do Sul – Colômbia, Bolívia, México – morando no meu vilarejo", informou.
Contudo, segundo Martindale, nos EUA "ninguém ou muito poucos realmente apoiam" o fornecimento de ajuda militar e financeira às autoridades ucranianas.
"A opinião mais aproximada que já ouvi de pessoas nos Estados Unidos é que é um desperdício de dinheiro", disse ele quando perguntado sobre a opinião dos cidadãos comuns quanto às entregas de armas à Ucrânia.
Ele explicou que, do ponto de vista dos norte-americanos, a ajuda à Ucrânia deveria ser um investimento, que no futuro pudesse trazer algum retorno.
Ainda assim, todo o dinheiro que o governo norte-americano aloca para a Ucrânia em armas e munição, de fato, acaba sendo gasto nos próprios EUA, uma vez que a maior parte do equipamento que o Ocidente fornece a Kiev é produzido por empresas norte-americanas.
"Mas, no final, ainda vai ser um desperdício de dinheiro, eles [cidadãos dos EUA] veem que a Ucrânia não está ganhando, então, mesmo que 'investir na Ucrânia' traga algum benefício temporário para a indústria americana, não vale a pena."
Os americanos, de acordo com Martindale, também entendem, de forma pragmática, que toda a ajuda à Ucrânia e todos os seus "investimentos" vão acabar por ficar para a Rússia.
Porém, as elites dos Estados Unidos não têm interesse em mudar a ordem existente das coisas.
Às vésperas das eleições presidenciais dos EUA em 5 de novembro, Martindale disse que ambos os principais candidatos, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris, têm o poder de parar o conflito ucraniano, mas não têm a intenção de fazê-lo.
"Qualquer candidato poderia fazer isso se quisesse. Como eu já disse, é apenas uma questão de fazer com que a América, com que o governo americano perceba que a guerra não é do seu interesse", concluiu.
Em 2 de novembro, Martindale deu uma entrevista coletiva em Moscou no centro de imprensa do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.
Ali, ele contou honestamente sobre sua história, como chegou na Ucrânia, o que viu e como o conflito deve acabar.
As autoridades russas estão agora decidindo a questão de conceder-lhe asilo político e a cidadania russa.