Em seu último mandato, Donald Trump enfrentou inúmeras formas de resistência, especialmente do Pentágono e em grande medida pelo seu posicionamento sobre questões de segurança como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ou ainda a forma como estava disposto a colocar tropas nas ruas para reprimir protestos nos EUA.
Os ex-generais e secretários de Defesa dos EUA de Trump foram alguns dos críticos mais ferozes do ex-presidente, rotulando-o de fascista e dizendo que Trump era inapto para a presidência, aponta a apuração da Reuters.
Tendo acumulado experiência em seu primeiro mandato, espera-se que Trump priorize a lealdade em elementos-chave de seu governo, o que pode levar à destituição de oficiais militares e servidores civis de carreira que ele considere desleais.
Em junho, ao ser questionado pela Fox News, Trump disse que demitiria generais descritos como "woke".
"Eu os demitiria. Você não pode ter [um] exército woke", disse Trump.
Segundo a apuração, fontes acreditam que o atual presidente do Estado-Maior Conjunto, o general da Força Aérea C.Q. Brown, um ex-piloto de caça e comandante militar amplamente respeitado, que é negro, esteja sob a mira de Trump depois dele ter se posicionado sobre a discriminação racial nos EUA após o assassinato de George Floyd, em maio de 2020.
Ainda durante a campanha, o vice-presidente eleito J.D. Vance expressou sua opinião durante uma entrevista ao afirmar que lideranças políticas têm de "se livrar e substituir" pessoas que não estejam alinhadas com a visão política que o chefe de Estado tenta implementar.
Este discurso corrobora com o temor de algumas autoridades norte-americanas que compreendem que este movimento anti-woke de Trump pode vir a ser amplo, mas que deve mirar em pontos objetivos e concretos, como a incorporação de pessoas trans pelas tropas dos EUA.