"Não consideramos esta decisão correta e não a apoiamos", disse ele aos repórteres durante o voo de volta do Rio de Janeiro após a Cúpula do G20.
Na opinião de Erdogan, a decisão do seu homólogo norte-americano Joe Biden é um passo que, "além de agravar o conflito, provocará uma reação ainda maior da Rússia".
O presidente turco lembrou que na terça-feira (19) foi aprovada a doutrina nuclear atualizada da Rússia, segundo a qual Moscou, embora considere as armas nucleares um impedimento e seu uso uma medida extrema, poderia recorrer ao uso de armas nucleares, mesmo que informações confiáveis sejam recebidas sobre o lançamento de mísseis balísticos dirigidos contra ela ou seus aliados.
"Tudo isso poderia colocar a região e o mundo inteiro à beira de uma nova guerra em grande escala", alertou o presidente.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que a Ucrânia atacou a região russa de Bryansk com seis mísseis de longo alcance ATACMS de fabricação norte-americana nas primeiras horas de terça-feira (19). A agência especificou que os sistemas antiaéreos S-400 e Pantsir derrubaram cinco mísseis e o sexto foi danificado e caiu ao solo sem causar vítimas humanas ou danos materiais.
No último domingo (17), o The New York Times noticiou que Biden autorizou pela primeira vez a Ucrânia a atacar a Rússia com mísseis norte-americanos de longo alcance.
O alto representante cessante para a Política Externa da União Europeia (UE), o espanhol Josep Borrell, afirmou que Washington autorizou ataques em um raio de 300 quilômetros.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, enfatizou que, com este ataque, os EUA procuram escalar o conflito.