O Carrefour Brasil informou nesta segunda-feira (25) que lamenta a decisão tomada por produtores de carne e marcas como JBS e Masterboi de suspender a venda de produtos para a rede. Apesar de a companhia garantir que não há desabastecimento, relatos já apontam falta de carne em diversas unidades no país.
"Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", informou em nota.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou que a decisão tem o "apoio integral do ministério e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC)", entidade que reúne as empresas responsáveis por 98% da exportação brasileira de carne.
Além disso, o ministro declarou que produtores de frango também já começaram a anunciar a suspensão das vendas para a rede no Brasil. "A reação dos frigoríficos tem o nosso apoio. Se o Brasil não serve para colocar a carne brasileira na gôndola do Carrefour na França, não serve para colocar na gôndola do Carrefour no Brasil", declarou ao jornal.
A declaração do CEO global Alexandre Bompard contra o setor produtivo do Mercosul, que inclui o Brasil, também foi prontamente repudiada por um grupo de mais de 40 entidades, que criticou a postura do Carrefour no país. O grupo acusou o dirigente de desconsiderar o compromisso brasileiro com as boas práticas agrícolas e a sustentabilidade.
"O Brasil, por sua vez, é referência mundial na produção e exportação de proteínas animais. Somos líderes globais na exportação de carne bovina e de frango, e nossa produção é amplamente reconhecida pela excelência, sendo abastecida por rigorosos controles sanitários e padrões de qualidade que atendem mais de 160 países, incluindo mercados exigentes como União Europeia, Estados Unidos, Japão e China", pontuou a nota.
Além da repercussão negativa no setor agropecuário, a atitude do Carrefour vem somar-se a um histórico de problemas da companhia no Brasil, incluindo racismo e conflitos trabalhistas. A nova medida levanta questionamentos sobre as consequências econômicas para os produtores brasileiros e as possíveis implicações para a sua reputação no Brasil.