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Ministério da Agricultura aproveita expansão do BRICS para abrir mercados, diz secretário Luis Rua

© Sputnik / Ana Livia EstevesO secretário de Relações Internacionais da pasta, Luis Rua, se reuniu com ministra russa durante a Cúpula do BRICS em Kazan e revelou os detalhes com exclusividade à Sputnik Brasil
O secretário de Relações Internacionais da pasta, Luis Rua, se reuniu com ministra russa durante a Cúpula do BRICS em Kazan e revelou os detalhes com exclusividade à Sputnik Brasil - Sputnik Brasil, 1920, 24.10.2024
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Ministério da Agricultura do Brasil capitaliza com a expansão do BRICS em busca de novos mercados. O secretário de Relações Internacionais da pasta, Luis Rua, se reuniu com ministra russa durante a Cúpula do BRICS em Kazan e revelou os detalhes com exclusividade à Sputnik Brasil.
Nesta quinta-feira (24), o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil se reuniu com a ministra da Agricultura da Rússia, Oksana Lut. A reunião se deu às margens da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, celebrada na cidade russa de Kazan.
Recém-empossado no cargo, Luis Rua possui ampla experiência no setor privado, em particular na área de proteína animal. O novo secretário foi imbuído da missão de abrir novos mercados internacionais para os produtos agrícolas brasileiros.

"O Brasil já abriu, desde o início do governo do presidente Lula, 265 novos mercados. Isso é um recorde", disse Rua à Sputnik Brasil. "Dentre os principais objetivos que o ministro Carlos Favaro me passou, logo que eu cheguei à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, foi justamente manter esse trabalho de abertura e ampliação de mercados."

Segundo ele, a abertura de novos mercados vai "gerando oportunidades para os nossos produtores, gerando renda e também empregos no nosso país". Na Rússia, recentes avanços foram feitos na área de ovos, amêndoas de cacau e erva-mate.

"Temos uma relação muito antiga e cada vez mais profícua com a Federação da Rússia. Durante a nossa reunião com a ministra Oksana Lut, tratamos de temas relevantes como a certificação eletrônica para a proteína animal, troca de habilitações e acordos na parte de pesquisa agrícola", relatou Rua. "Temos uma série de avanços positivos com a Rússia nesses últimos anos."

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Apesar das conquistas, o Brasil já não é o principal fornecedor de carnes para a Rússia, posição que ocupou até meados de 2017. A Rússia investiu em programas de substituição de importação em áreas como carne suína, diminuindo, portanto, as suas compras do Brasil. O secretário, no entanto, acredita que ainda há espaço para a carne brasileira na Rússia.

"O Brasil trabalha de maneira complementar à produção russa. No setor de bovinos, por exemplo, incrementamos o nosso volume no ano passado", considerou Rua. "A Rússia tem programa de autossuficiência, isso faz parte e a gente respeita. Mas se em qualquer momento a Rússia precisar de carne de frango, suína, bovina, pescados e ovos, ela sabe que poderá contar com esse parceiro histórico e confiável que é o Brasil."

O comércio bilateral entre Rússia e Brasil cresceu de forma significativa nos últimos anos. As importações brasileiras de fertilizantes russos garantiram novo impulso às relações comerciais entre os países. No entanto, em 2023, o Brasil acumulou déficit de R$ 7,9 bilhões em suas trocas com a Rússia.

"Esse foi justamente um dos temas que eu tratei com a ministra [da Agricultura da Rússia, Oksana Lut], de ampliar as possibilidades de comércio. Nossas pautas de exportação ainda são concentradas em trigo, do lado russo, e na soja, do lado brasileiro. A ideia é que possamos pulverizar esse comércio, criando novas oportunidades tanto para os exportadores russos, quanto brasileiros", disse Rua.

O encontro entre os representantes dos ministérios da Agricultura da Rússia e do Brasil ocorreu às margens da Cúpula do BRICS, da qual o secretário Luis Rua também participou.
Durante seu discurso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, notou o potencial do BRICS ampliado na área de produção de grãos. Nesse contexto, Putin propôs a criação de uma bolsa de cereais do bloco, em substituição à Bolsa de Chicago, que atualmente define os preços internacionais desses produtos essenciais à segurança alimentar global.
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"Precisamos avançar na compreensão dessa bolsa de cereais, mas o Brasil a priori não é contra nenhuma medida, pelo contrário. O Brasil apoia medidas que possam facilitar eventualmente o comércio entre os países-membros do BRICS [....], afinal, assim como a Rússia, o Brasil é um grande exportador", explicou Ria. "Então, todas as medidas que visam de alguma maneira facilitar o comércio, o Brasil avaliará com muito carinho."

A expectativa desta quinta-feira (24) é pelo anúncio da nova categoria de países parceiros do BRICS, que ampliará o escopo do bloco ainda mais. Segundo Rua, o Brasil soube explorar bem o potencial da primeira onda de expansão do bloco, que uniu aos membros originais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul os parceiros Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia Saudita.

"O Ministério da Agricultura já tem feito algo muito positivo nessa linha: com as 11 novas adidâncias que abriremos até o final do ano de 2024, o Brasil possuirá adidos agrícolas em todos os dez países-membros do BRICS. E nós sabemos que, aonde tem adido as coisas andam de forma bastante fluida", comemorou Rua.

Segundo ele, a cooperação no BRICS é "uma via de mão dupla, de tanto o Brasil poder exportar mais produtos para esses países, como esses países também aproveitarem as oportunidades do mercado brasileiro".
Nesta quinta-feira (24), os líderes dos países do BRICS estão reunidos com países convidados no formato BRICS+/Outreach. A reunião conta com delegações de 36 países e a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff.
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