Os soldados posicionados na região de Kursk falam de condições climáticas terríveis e de uma falta crônica de sono causada pelo bombardeio constante da Rússia com bombas planadoras de 3 mil kg.
Para as tropas ucranianas, permanecer na região está ficando cada dia mais difícil.
Segundo a BBC, a Ucrânia já perdeu cerca de 40% dos territórios da região que ocupou no início de agosto de 2024, estando as forças russas gradualmente retomando o território.
"Essa tendência vai continuar. É apenas uma questão de tempo," disse um dos soldados ucranianos entrevistados.
Ele falou ainda da pouca rotação, com soldados de meia-idade que chegam à região sendo reposicionados de outras partes da linha de frente sem tempo de descanso.
De acordo com o artigo, a esperança do comando ucraniano nessa direção é conseguir manter as tropas na região russa até 20 de janeiro de 2025, data da posse de Trump, e a chegada da nova administração com suas ideias e planos.
"A principal tarefa que temos pela frente é manter o máximo de território até a posse de Trump e o início das negociações, a fim de trocá-lo por algo mais tarde. O quê, ninguém sabe," disse o soldado.
Mesmo o uso de mísseis de longo alcance recém-autorizado pelo presidente dos EUA Joe Biden não ajuda as tropas ucranianas a virar a maré no campo de batalha.
Na verdade, segundo o artigo, os soldados realmente não se importam com o uso de armas ocidentais contra o território russo longe da zona de conflito.
"Ninguém se senta em uma trincheira fria e reza por mísseis. Vivemos e lutamos aqui e agora. E os mísseis voam para outro lugar", explicou.
"Não falamos sobre mísseis. Nos bunkers, falamos sobre nossas famílias e rotação. Sobre coisas simples", afirma outro soldado.
Alguns soldados acham que é errado ficar na região da Rússia quando outros territórios na retaguarda, em Donbass, estão sendo perdidos diariamente.
"Efeito na mídia, mas sem resultado militar."
No que diz respeito a supostos militares norte-coreanos deslocados na região de Kursk, os soldados ucranianos afirmaram que nunca ouviram ou viram nenhum.
Os últimos tempos são considerados por muitos especialistas como os piores para a Ucrânia de todo o período do conflito, já que há meses que as Forças Armadas ucranianas estão recuando constantemente, perdendo, às vezes, vários povoados em um dia.