"Trump também fala muito, mas na hora de realizar nem sempre é exatamente como ele anunciou. Foi assim no primeiro mandato com relação ao muro, por exemplo", afirma Ana Prestes, doutora em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analista de relações internacionais.
Mão de ferro: Trump vai sancionar países latino-americanos e o BRICS?
"Eu vejo isso mais como uma ameaça retórica, a princípio, do que realmente algo que ele vai conseguir colocar em prática, porque senão pode ter um efeito até reverso, ele pode ter prejuízo dentro dos Estados Unidos", analisa.
"Nesse segundo mandato, ele já apontou o importante membro do seu gabinete na área econômica e financeira voltada a sanções", relembra o professor.
Interferência política: América do Sul receberá a atenção de Trump?
"Acho que a relação com o Petro não vai ser boa, porque o Petro é visto por Trump, e mais ainda por Marco Rubio [futuro secretário de Estado dos EUA] e essa turma, como um ex-guerrilheiro, como uma pessoa de uma esquerda muito radical. Eles vão olhar para o Petro dessa forma", afirma Prestes.
"O sul da América do Sul, especialmente ao sul da Colômbia, perde em relevância tradicionalmente para os Estados Unidos. Nesse sentido, a Argentina pode ser interessante, em particular o Milei, como um aspecto ideológico, um aspecto de ter aí uma cabeça de praia importante nessa disputa com a China, em que ganhar espaço se faz relevante", acrescenta Teixeira Júnior.