"Muitos analistas, devido à natureza de showman de Trump e ao fato de, no passado, em seu primeiro governo, ele já ter falado em assumir o controle da Groenlândia e do canal do Panamá e nada disso ter acontecido, tomaram as suas declarações mais como uma ideia fantasiosa do republicano para se mostrar um homem forte", afirma o especialista.
"A ideia de recuperar o canal do Panamá e tomar a Groenlândia, seja comprando-a ou pela força, embora possam parecer ideias malucas, respondem ao objetivo muito preciso de Trump de tentar manter o poder tecnológico e geopolítico que o próprio republicano disse durante a campanha que os EUA perderam", diz o especialista.
'Eles não são parceiros, mas súditos'
"Nesse sentido, o anúncio de Trump será um bom lembrete para estes países de que na realidade não são parceiros, mas sim súditos de Washington e que o único interesse dos Estados Unidos é o seu próprio, o que deverá servir de alerta para muitos políticos que continuam acreditando que fazer tudo o que Washington dita será benéfico para eles", diz ele.
"Sem dúvida veremos um Trump mais agressivo neste segundo mandato, dado que, além disso, as figuras do establishment republicano que estiveram no seu primeiro governo já não estão mais lá, ou têm uma cota de poder muito limitada. Dito isto, acredito que os Estados Unidos não têm capacidade militar para abrir várias frentes de batalha, razão pela qual as ameaças de Trump, embora não as interprete como pura conversa, na minha opinião são a sua forma de dizer a outros países que é hora de sentar para negociar, queiram ou não", finaliza.