O artigo cita uma pressuposição que reina no Ocidente que uma solução pacífica do conflito na Ucrânia com concessões de Kiev supostamente incentivaria a China a atuar mais decisivamente em relação a Taiwan.
Em resposta, o autor diz que essa opinião é muito parecida com a chamada "Teoria do dominó", doutrina adotada pelos Estados Unidos na segunda metade do século XX que justificou várias intervenções estadunidenses em países do Sudeste Asiático e da América Latina.
"No entanto, independentemente do surgimento de um hipotético acordo de paz e das concessões que Kiev terá que oferecer (supondo que um acordo seja possível), todos nós devemos parar de divulgar esse conflito como se fosse um confronto global que determinará o destino da ordem internacional como a conhecemos", opina o autor.
Ele ressalta que as decisões da China sobre Taiwan se baseiam em ponderar a realidade e as consequências e quais capacidades a China e os EUA têm nesse assunto.
O artigo também conclama os EUA e a Europa a alcançar o melhor acordo de paz para a Ucrânia, mas dentro do razoável, sem fazer muito alarde sobre as hostilidades.
"A Ucrânia não é o centro do universo. Presumir o contrário é não entender como funciona a política internacional."
Já na segunda-feira (6), o presidente francês Emmanuel Macron, da mesma maneira, disse que a Ucrânia deve ter discussões realistas sobre questões territoriais.
Enquanto isso, em 29 de dezembro de 2024 o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov reiterou um argumento que a Rússia tem promovendo há muito tempo que as próximas negociações devem levar em conta a realidade no terreno e abordar as causas fundamentais da crise.
Por sua vez, em 14 de junho de 2024, o presidente russo Vladimir Putin indicou as seguintes condições para a solução do conflito ucraniano:
Retirada completa do Exército ucraniano das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;
Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na Constituição russa;
Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;
Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;
Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;
Cancelamento de todas as sanções impostas à Rússia.