"Continuam negando meu acesso ao gabinete da Vice-Presidência, com sentença escrita e notificações entregues à Presidência, Forças Armadas, Assembleia Nacional, Controladoria-Geral do Estado, Defensoria do Povo, Conselho Nacional Eleitoral e Tribunal Contencioso Eleitoral", afirmou em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
Companheira de chapa do presidente Daniel Noboa, que se afastou para concorrer à reeleição, Abad foi penalizada por não ter se transferido de Tel Aviv (Israel) para Ancara (Turquia), conforme determinado por um decreto presidencial.
Noboa realiza campanha eleitoral sem cumprir a normativa vigente da licença sem remuneração para essas atividades, que é o motivo de exigências e denúncias por parte de candidatos e organizações políticas.
Abad indicou que a ministra do Trabalho, Ivonne Núñez, continua em desacato ao determinar que os servidores da Vice-Presidência trabalhassem de forma remota, alegando que essa decisão não é da sua competência.
"Tive que consultar, a partir do meu e-mail pessoal, a secretária Cynthia Gellibert para que me explicasse: quais ações foram realizadas pela Vice-Presidência para cumprir essa disposição inconstitucional e discriminatória? E até hoje não tenho resposta", revelou.
Após decisão da juíza Nubia Vera, de 23 de dezembro, Abad, que havia sido suspensa por 150 dias sem direito à remuneração, foi habilitada para exercer o cargo. A Justiça também determinou que a vice voltasse a receber e que Núñez declarasse desculpas públicas por ter agido sem base legal para definir o tempo de suspensão das funções da vice.
Apesa da decisão favorável, Noboa assinou um novo decreto para designar a vice-presidente como colaboradora para as relações comerciais do Equador com a Turquia, estabelecendo que ela deveria se deslocar para Ancara até o dia 27 de dezembro.
Abad havia informado que tiraria férias até o dia 3 de janeiro e, posteriormente, cumpriria sua missão dentro de um prazo de 30 dias, conforme a legislação vigente. Nesse ínterim, o presidente designou, por meio de outro decreto, a secretária de Planejamento, Sariha Moya, como a nova vice-presidente do Equador.
De acordo com Noboa, Abad tem como objetivo afastá-lo da campanha eleitoral. Ele afirmou ainda que a oposição está tentando organizar um golpe de Estado contra ele.