Em entrevista para o site de notícias Bloomberg News, durante o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, Milei disse que embora espere lograr um acordo sem que a medida seja tomada, a prioridade é a parceria com os EUA.
"Se as condições extremas exigirem, sim, [deixaremos o Mercosul]. Mas há mecanismos que podem ser usados dentro do Mercosul, então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter que abandonar o Mercosul", declarou ele.
Na mesma entrevista, o presidente argentino afirmou que quer aprofundar os laços com a China e que a considera grande parceira comercial.
O posicionamento geopolítico do governo Milei está em consonância com as diretrizes do novo presidente dos EUA, sobretudo do ponto de vista ideológico. No entanto, tal sintonia não garante aumento do comércio bilateral.
Embora Milei tenha desqualificado Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping em diversas ocasiões, Brasil e China se consolidaram como os principais parceiros comerciais da Argentina.
No primeiro caso, o câmbio atingiu US$ 28 bilhões (cerca de R$ 168,6 bilhões), sendo o principal destino de exportação e importação. Por sua vez, Pequim foi o segundo destino dos produtos argentinos, mas o primeiro em termos de importação. Os Estados Unidos permaneceram em terceiro lugar, com comércio equivalente a US$ 12,6 bilhões (mais de R$ 75,8 bilhões).