
"Quando o presidente Lula nomeia o ministro Múcio, o papel inicial do ministro parece muito bem colocado: uma pessoa capaz de gerar as condições de apaziguamento e conciliação, a fim de que o governo pudesse seguir o seu curso", disse a professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Graciela De Conti Pagliari. "Gerou-se, com a sua gestão, certa 'acomodação' [...] entre o governo e as Forças Armadas, ou pelo menos com os comandantes das Forças."
"Múcio cumpriu o papel que lhe foi determinado pelo presidente da República. Lula queria alguém para pacificar a relação com as Forças Armadas e foi isso que o Múcio fez", disse Marques à Sputnik Brasil. "O processo de acomodação com as Forças Armadas segue a mesma linha dos dois primeiros mandatos de Lula, que, na verdade, é o padrão das relações civis-militares na Nova República."
Banco de reservas?
"Idealmente, uma próxima administração poderia se debruçar sobre o avanço de projetos estratégicos para as Forças Armadas, que estão alinhados aos objetivos do governo sobre a retomada do crescimento da indústria", disse o professor da UNICAMP e pesquisador da área de indústria aeroespacial e de defesa, Marcos José Barbieri Ferreira, à Sputnik Brasil.
Projetos estratégicos
"Existem elementos muito importantes que parecem não ter avançado ao longo destes dois anos [de mandato de Múcio]", disse Pagliari. "Restabelecidas as condições de governabilidade, o Planalto não tem demonstrado um direcionamento no sentido de definir elementos de política externa para a área da Defesa."
A manutenção de Múcio no cargo sinaliza que o principal objetivo do governo na área de Defesa continua sendo a reconstrução das relações cívico-militares, acreditam os especialistas ouvidos pela Sputnik.