O anúncio foi feito após a agência de saúde da ONU dizer que pelo menos 900 pessoas foram mortas na semana passada nos confrontos entre rebeldes do M23 e forças congolesas em Goma, a maior cidade do leste do Congo, com 2 milhões de habitantes.
Os rebeldes estavam avançando em direção a outra capital provincial, Bukavu, enquanto prometiam continuar em direção à capital congolesa, Kinshasa, a 1,6 mil quilômetros de distância.
Esta não foi a primeira vez que rebeldes tomaram Goma. Em 2012, também houve confrontos, mas o grupo se retirou após pressão internacional. O conflito, que já dura décadas, tem gerado o deslocamento de centenas de milhares de pessoas.
O M23 afirma defender os tutsis étnicos no Congo. Ruanda alegou que os tutsis são perseguidos pelos hutus e antigas milícias responsáveis pelo genocídio de 800 mil tutsis e outros em Ruanda em 1994.
Há cerca de 15 mil soldados da missão da ONU no Congo. NA semana passada, 13 militares da Missão de paz da ONU e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) foram mortos, sendo nove sul-africanos, três malauianos e um uruguaio.
Rica em minerais, a região dos Grandes Lagos Africanos, que compreende a RDC, é palco de extrema violência desde a década de 1990, com conflitos e guerras regionais. Em 2021, rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) retomaram áreas pelo controle do comércio ilícito de estanho e ouro, bem como de coltan e tântalo, amplamente utilizados na fabricação de celulares e computadores.
A República Democrática do Congo, as Nações Unidas e os países ocidentais acusam Ruanda de apoiar grupos rebeldes, incluindo o M23, em uma tentativa de controlar os vastos recursos minerais da região, uma alegação que Kigali nega.
Os rebeldes do M23 são apoiados por cerca de 4 mil soldados ruandeses, de acordo com especialistas da ONU.