"A comunidade internacional deve repensar urgentemente o propósito das organizações supranacionais, financiadas por todos, que não cumprem os objetivos para os quais foram criadas, se dedicam a fazer política internacional e buscam se impor aos países-membros", afirma o comunicado da Presidência da República.
'Não é uma política de reivindicação'
"Isso não é surpreendente porque está estritamente de acordo com as diretrizes de Trump, mas certamente custará muito ao país", disse o analista internacional Gabriel Merino à Sputnik.
Para Merino, "se a premissa do globalismo era que as instituições multilaterais tinham que ser lideradas, hoje o discurso dos Estados Unidos é de que devemos caminhar na direção oposta. Isso reflete a crise de hegemonia de Washington, que acaba buscando desesperadamente alternativas para manter parte de seu peso geopolítico".
'Medida puramente ideológica'
O ex-funcionário destacou que a OMS oferece fundos rotativos para aquisição de vacinas e tecnologia de ponta e "apoia programas de saúde materna, infantil e mental que são essenciais neste momento, especialmente para países como o nosso: ficar sem esses recursos pode ser muito arriscado", alertou.
Juntos, mas isolados?
Segundo Merino, "o maior custo para a Argentina é o isolamento de outros países latino-americanos e do Sul Global: supor que essas instâncias respondam ao globalismo é uma ideia muito simplista, porque muitos países emergentes encontram nessas instâncias caminhos para colaboração internacional".
"É interessante que o governo esteja renunciando ao seu apoio à OMS, mas não ao Fundo Monetário Internacional. Aqui está claro que a razão subjacente não é a soberania, mas uma decisão estritamente ideológica", enfatizou o especialista.