O Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Vietnã são os principais fornecedores de aço para os EUA, enquanto o Canadá domina as importações de alumínio.
As novas tarifas anunciadas por Trump, que seriam adicionais às taxas existentes, geraram preocupações nas siderúrgicas asiáticas sobre o impacto nos preços, lucratividade e volumes, além de temores de aumento da inflação e prejuízos à atividade econômica.
Segundo a Reuters, na Coreia do Sul, o Ministério da Indústria realizou uma reunião de emergência para discutir medidas a fim de minimizar o impacto das tarifas.
Falando à mídia, um funcionário da Hyundai Steel expressou preocupação de que as tarifas poderiam aumentar os preços de exportação e reduzir os volumes de cota em 70%. A empresa, que fornece aço para fábricas da Hyundai e Kia nos EUA, considerava construir uma nova fábrica nos EUA para mitigar o impacto das tarifas.
As ações da Hyundai Steel caíram 2,9% em meio a um declínio mais amplo entre as siderúrgicas sul-coreanas.
O analista da China Futures, Chu Xinli, disse à mídia que a demanda dos EUA seria reduzida por preços mais altos e entradas mais lentas de aço, afetando a fabricação de automóveis, eletrodomésticos e construção. Ele previu que o aço destinado aos EUA seria redirecionado para outros mercados, alterando o padrão global de comércio de aço.
Os futuros de minério de ferro caíram devido ao sentimento de aversão ao risco, apesar da recuperação da demanda na China. Alguns países buscam isenções das tarifas de Trump, enquanto a BlueScope Steel da Austrália viu suas ações subirem com expectativas de ganhos com o mercado norte-americano.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, vendendo 4,08 milhões de toneladas, no acumulado do ano, ou 15,5% do total importado pelos Estados Unidos. De acordo com o governo norte-americano, um montante equivalente a US$ 2,99 bilhões (cerca de R$ 16,8 bilhões).
De acordo com O Globo, o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, afirmou que o impacto das tarifas dos EUA será relevante para o setor, mesmo que a maior parte das exportações brasileiras de aço tenha como destino a Ásia, ressaltando que o melhor caminho para a sustentabilidade dos negócios a longo prazo seja o diplomático.