Ele destacou que as afirmações do chefe de uma das nações mais poderosas devem ser levadas a sério, especialmente pelo Panamá, que tem uma história bastante turbulenta com os Estados Unidos.
"O Panamá sobreviveu à invasão [norte-americana] de 20 de dezembro de 1989 e sofreu com o intervencionismo ao longo do século XX", lembrou o professor.
Segundo Pineda, 1964 é uma data importante em que ocorreu um ponto de inflexão nas relações entre o Panamá e os EUA – após o levante que ocorreu na época, ficou claro que o povo panamenho resistiria maciçamente a uma nova intervenção militar.
Hoje, enfatizou o professor, o povo do Panamá está muito mais consciente da importância do canal.
"Em 1964, eclodiu um grande protesto popular, não um levante armado, mas uma resistência civil. Isso resultou em muitas baixas: 21 mortos e centenas de feridos. E esse é um exemplo do que aconteceria se os EUA tentassem submeter novamente o Panamá", elaborou ele.
Além disso, ele acrescentou que o povo do Panamá lutou por sua independência e soberania durante todo o século XX, fazendo enormes sacrifícios. As declarações do presidente dos EUA são preocupantes para eles, mas isso não significa que Washington possa realizar facilmente essas intenções.
Assim, finalizou ele, isso provocaria uma resistência maciça de todo o povo do Panamá, de todo o país, de todo o Estado. Esse cenário tornaria impossível o uso do canal do Panamá.