O adolescente, natural da Cisjordânia, na Palestina, foi preso no dia 30 de setembro de 2024 pelas forças israelenses na Palestina ocupada e levado à prisão em território israelense.
As circunstâncias da morte de Walid permanecem desconhecidas, assim como a data exata do falecimento.
O governo brasileiro, por meio de uma nota oficial, destacou a necessidade de uma investigação célere e independente sobre as causas do óbito, conforme as obrigações internacionais de Israel. A conclusão dessa investigação, segundo o comunicado, deve ser amplamente divulgada para que se esclareçam os fatos.
"Onze brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário", diz a nota.
O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Palestina, está em contato com a família de Walid e oferecendo a assistência consular necessária. O governo brasileiro expressou solidariedade aos familiares e amigos do jovem e reiterou suas condolências, ao mesmo tempo em que continuará a exigir esclarecimentos sobre a morte do menor.
Dois meses sem embaixador e mudança de tom
Desde janeiro, o Brasil segura o aval que é necessário para que Israel apresente um novo embaixador em Brasília, conforme publicação de quarta-feira passada (19) do jornal Folha de S.Paulo. O país solicitou ao Ministério das Relações Exteriores o agrément (aprovação formal que um país concede antes de aceitar um diplomata estrangeiro como embaixador em seu território) para que Gali Dagan, ex-representante de Israel na Colômbia, chefie o corpo diplomático no Brasil.
Porém, segundo o jornal, até o momento não houve nenhuma manifestação do governo brasileiro, o que na prática significa que há alguma oposição com a nomeação. Em junho do ano passado, Dagan deixou Bogotá, na Colômbia, após o governo do presidente Gustavo Petro romper relações diplomáticas com Israel por conta do conflito na Faixa de Gaza.
Logo depois do início dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, que até agora já mataram quase 50 mil pessoas, o Brasil adotou tom crítico às ações militares israelenses, com duras falas por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a morte dos palestinos ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial. Há meses o país está sem representante na embaixada de Tel Aviv.