"Mesmo com essa retórica mais branda do Trump, as sanções contra a Rússia na prática continuam. Isso revela um limite institucional dos Estados Unidos em relação à política externa? Sim, por mais que o presidente tenha abalado isso, ainda há limites do que ele pode fazer. Porém, há alguns indicativos de que as sanções, aos poucos, serão retiradas. Na semana passada, Trump decidiu suspender as restrições contra a Rússia no setor agrícola, e isso vai fazer um efeito bastante importante na economia russa. É um primeiro passo para, de fato, maior aproximação futura", pontua.
Putin e Trump: relacionamento pessoal é amistoso?
"As coisas mais básicas e simples do contato entre diplomatas [dos dois países] na sede da ONU [Organização das Nações Unidas] estavam proibidas, isso tudo foi perdido. A administração Biden simplesmente destruiu as relações com a Rússia a um nível ainda mais profundo do que já havia acontecido no governo Barack Obama […]. Mas eu acredito que as relações russo-americanas tendem a uma melhora, apesar que você tem de um lado uma equipe que é extremamente inexperiente, que são empresários, e também tem o Marco Rubio [secretário de Estado dos EUA], que mostra bastante flexibilidade, mas não chega perto de Sergei Lavrov [ministro das Relações Exteriores da Rússia]", enfatiza.
OTAN e possível afastamento dos EUA
Rússia quer 'concessões verdadeiras' para continuar retomada das relações
"O grande problema dos norte-americanos neste momento é o acesso às terras raras e a determinados metais, como o titânio para a aviação deles, e isso é importantíssimo. Mas voltamos a esbarrar na questão das sanções que barram empresas dos EUA de fazer negócio com a Rússia. E o que os norte-americanos precisam fazer? Concessões, como acontece agora com a Boeing, que quer uma suspensão temporária [para comprar titânio da Rússia]. Mas os russos também querem concessões verdadeiras para poder avançar na retomada das relações, e esse não é um problema de agora", finaliza.