No último domingo (13), as Forças Armadas da Rússia atingiram com mísseis de cruzeiro Iskander uma reunião de militares ucranianos que ocorria na cidade de Sumy. Segundo o Ministério da Defesa russo informa nesta segunda-feira (14), 60 militares ucranianos foram eliminados.
"Ontem, sob a condição de contra-ataque ativo das tropas ucranianas com meios de guerra eletrônica e defesa aérea de fabricação estrangeira, as Forças Armadas russas realizaram um ataque no local de uma reunião da liderança do comando tático e operacional de Seversk, em Sumy, utilizando dois sistemas tático-operacionais Iskander-M."
Na mídia ocidental, o foco tem sido repercutir que o ataque foi realizado contra a população civil.
No entanto, autoridades políticas e militares ucranianos acabaram confirmando publicamente as afirmações russas de que o ataque teve como alvo militares ucranianos.
Nas redes sociais ucranianas, um dos nomes que aparece entre os eliminados é o do coronel Yuri Yula, comandante da Brigada de Mísseis HIMARS. Outro exemplo são as falas da deputada ucraniana Mariana Bezuglaya, que nas redes criticou a organização de um evento militar em meio à infraestrutura civil. "Isso aconteceu muitas vezes, e não apenas em Sumy", disse a parlamentar.
Para Scott Ritter, no entanto, esses fatos não tem sido amplamente divulgados na mídia tradicional, e a Rússia não pode se dar ao luxo de perder essa guerra de narrativas.
"Este ataque está sendo usado contra os interesses da Rússia e a serviço daqueles que estão tentando minar o processo de paz", destaca o especialista. A retórica russofóbica chegou até mesmo aos ouvidos da Casa Branca, onde o próprio presidente, Donald Trump, adotou a narrativa ucraniana.
"É imperativo que a Rússia não permita que o incidente de Sumy se torne outra Bucha, onde o Ocidente assumiu o controle da narrativa e usou um caso fabricado contra a Rússia para minar a possibilidade de paz que estava sendo negociada em Istambul."
"Temos os Estados Unidos e a Rússia avançando na direção de um potencial acordo de paz", explicita Ritter. "E agora temos em Sumy outro incidente em que a Ucrânia está assumindo o controle da narrativa para pintar um quadro que se desvia da verdade e apoia os esforços para continuar esse conflito."