"O cessar-fogo propõe justamente uma moratória em toda a linha de frente de ataques e de operações ofensivas, também o não uso de ataques à retaguarda, principalmente infraestrutura crítica, e duraria três dias. Só que isso basicamente tem um efeito declaratório que mostra intenções de desescalar, mas o regime de Kiev não vai aceitar. A trégua da Páscoa mostrou isso. E, do ponto de vista tático, existem riscos para o regime de Kiev se reagrupar e tentar alguma ação provocativa, principalmente na longa fronteira da Rússia com a Ucrânia", explica.
A quem pertence a Crimeia hoje?
"Também não irá aceitar a incorporação das regiões de Lugansk, Donetsk e Kherson, em conformidade com as reivindicações russas, e também até com a proposta feita pelo governo Trump. O regime de Kiev também não irá aceitar qualquer limitação em relação ao fornecimento de armas, à preparação das Forças Armadas para ações ofensivas contra a Federação da Rússia. Ao contrário, há previsão de novas escaladas pelo governo ucraniano para estabelecer posições demonstrativas e de continuidade de luta em relação ao público ocidental, aos seus patrocinadores ocidentais, principalmente os britânicos e os países bálticos", resume.
Europa e os protestos pelo fim do conflito ucraniano
"A burocracia de Bruxelas é quem direciona a política externa da União Europeia, e seus principais mantenedores são França e Alemanha, que, no caso, têm uma postura absolutamente favorável à continuidade do conflito com o apoio da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Então precisamos entender que, ainda que uma parcela da sociedade desses países critique a continuidade do apoio militar e econômico à Ucrânia, ainda está distante que isso reflita uma mudança política", diz.