Ely Ratner, ex-secretário adjunto de Defesa dos EUA para o Indo-Pacífico, defendeu a criação de um pacto de defesa coletivo entre Estados Unidos, Japão, Austrália e Filipinas para conter a crescente influência da China na Ásia. Em artigo na Foreign Affairs, ele argumenta que Pequim está próxima de remodelar a ordem regional à força.
Durante o Diálogo de Shangri-La, os ministros da Defesa dos quatro países se reuniram e reforçaram sua proximidade estratégica. No entanto, o secretário de Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro, expressou ceticismo quanto a uma aliança formal, citando divergências de interesses entre os países do Sudeste Asiático.
Ratner acredita que três fatores tornam o pacto viável: maior alinhamento entre os aliados dos EUA, cooperação militar sem precedentes e crescente demanda por contribuições à segurança regional.
Apesar disso, especialistas alertam para desafios práticos. Don McLain Gill, professor nas Filipinas, considera a proposta mais realista que a "OTAN asiática", mas ressalta que países como a Austrália precisam equilibrar segurança e laços econômicos com a China.
Gill também destaca que o escopo do pacto deve ser bem definido, especialmente se envolver Taiwan, o que poderia gerar obrigações militares para Japão e Austrália. Já Julio Amador, analista filipino, alerta que a proposta pode gerar resistência regional e provocar reações duras de Pequim.
Amador reconhece, porém, a importância estratégica das Filipinas e os possíveis benefícios em termos de modernização militar. Ainda assim, ele adverte que Manila deve avaliar cuidadosamente os custos e responsabilidades de se envolver em um pacto de defesa mais amplo.