"Em 2019, eles inauguraram a Universidade Mohamed bin Zayed de Inteligência Artificial, em Abu Dhabi. Ali já se estuda a inteligência artificial com cursos de pós-graduação nesse sentido. Em 2021, lançou-se a Estratégia Nacional dos Emirados Árabes para Inteligência Artificial. Qual é o objetivo? Impactar todos os setores do país para se tornar um dos melhores destinos mundiais de inteligência artificial", explica o especialista.
"O governo espera, com essa nova implantação, não só ter uma ferramenta de IA, mas uma oficina legislativa para impulsionar a elaboração de leis. Mas também quer adequar isso à necessidade da população para execução de serviços públicos e eficiência do governo. Por isso eles criaram uma agência reguladora, para justamente observar o impacto que terá. Tudo é um teste, ao mesmo tempo que é a implantação de um paradigma no país, que já tem experiência de longo prazo para lidar com novas tecnologias", afirma.
Quais são os 4 tipos de inteligência artificial?
"Temos a questão ética para justamente evitar um cenário como esse, já que isso é muito problemático. É claro que a IA consegue produzir relatórios preditivos [capacidade de prever algo que vai acontecer], mas tudo vai depender também de qual base de dados ela está sendo alimentada. E sabemos que já existem algoritmos que são racistas ou sexistas, por exemplo […]. Precisamos debater seriamente essas questões, já que, por mais que a IA consiga se desenvolver, ela nada mais é que uma ferramenta", frisa.
Importância da soberania digital
"Hoje, se você abrir o aplicativo, consegue ir para qualquer lugar do Brasil, e isso gera dados específicos que ficam armazenados em algum lugar, mas não no Brasil. Na China, por outro lado, se você colocar um lugar muito específico, terá dificuldades. E por que isso? Por não terem todos os dados. Então, para mim, isso gera uma questão de soberania digital. Aqui no Brasil temos pessoas capazes para criar essas soluções, mas falta vontade política", justifica.