No texto, Tel Aviv disse ainda que a Espanha está do "lado errado" da história, depois que o primeiro-ministro Pedro Sánchez referiu-se à "situação catastrófica de genocídio" na Faixa de Gaza e defendeu a suspensão de um acordo entre a União Europeia (UE) e Israel, durante a última cúpula do bloco, em Bruxelas.
Durante o encontro, o premiê espanhol afirmou que é uma contradição que a UE proponha um 18º pacote de sanções à Rússia, devido ao conflito com a Ucrânia, e não suspenda um acordo de associação bilateral do bloco com Israel.
O país, afirmou Sánchez, "está violando as relações entre as partes, bem como as disposições do próprio acordo, baseadas no respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos", em referência ao artigo segundo.
O governo israelense convocou sua embaixadora em Madri para consultas em novembro de 2023 devido a outras declarações de Sánchez sobre Gaza. Desde então, apenas o encarregado de negócios permanece no país europeu como representante de Tel Aviv.
Na semana passada, a organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou que "a hipocrisia e a inação da UE" levaram à continuação do assassinato em massa de palestinos na Faixa de Gaza.
"A hipocrisia e a inação da União Europeia e de seus Estados-membros permitiram que Israel continuasse livremente o massacre de palestinos em Gaza com total impunidade", afirmou MSF em um comunicado.
Na opinião da organização, as autoridades dos Estados-membros da UE têm "meios políticos, econômicos e diplomáticos para exercer pressão real sobre Israel", forçar a interrupção dos ataques e abrir as passagens de fronteira do enclave à ajuda humanitária sem impedimentos, mas Bruxelas continua ignorando esses meios. Além disso, alguns Estados-membros da UE continuam fornecendo armas a Israel, "usadas para matar, mutilar e queimar pessoas", o que evidencia sua hipocrisia, acrescentou o comunicado.
Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza em 18 de março, citando a recusa do Hamas em aceitar o plano dos EUA de libertar os reféns e estender o cessar-fogo, que expirou em 1º de março. De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, desde 7 de outubro de 2023, mais de 55 mil palestinos morreram e mais de 128 mil ficaram feridos.