Por meio de nota, o governo brasileiro expressou preocupação, nesta quinta-feira (24), com a intensificação dos enfrentamentos militares, que têm ocorrido na região fronteiriça entre os dois países. Em comunicado oficial, o Itamaraty lamentou as perdas de vidas humanas e os impactos negativos sobre a população civil local.
"Brasil apela aos governos da Tailândia e do Camboja que exerçam máxima contenção, evitem a escalada das tensões e busquem solução negociada para o diferendo de fronteira, pela via do diálogo e com pleno respeito ao direito internacional."
A nota enfatizou a necessidade de uma abordagem pacífica e diplomática para a resolução do conflito.
Nesta quinta, o ministro da Saúde Pública da Tailândia, Somsak Thepsuthin, afirmou que 11 civis, incluindo duas crianças, e um soldado foram mortos em ataques com foguetes Grad do Camboja. O ataque também atingiu cinco hospitais, com um projétil alvejando diretamente um prédio hospitalar na província de Surin.
Disputa antiga
A longa disputa entre Tailândia e Camboja pelo templo de Preah Vihear, do século XI, patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), intensificou-se drasticamente hoje (24). Após semanas de tensão crescente, devido a incidentes com minas terrestres e subsequentes expulsões diplomáticas mútuas, ataques de artilharia pesada e foguetes eclodiram perto de templos na fronteira.
Além das 12 mortes da parte da Tailândia, as autoridades de quatro províncias que fazem fronteira com o Camboja anunciaram a evacuação de moradores em meio à escalada, informou o jornal The Nation.
Bangkok enviou caças F-16 para realizar ataques aéreos, de acordo com as Forças Armadas do país. Segundo o Ministério das Relações Exteriores tailandês, Phnom Penh respondeu com lançadores de foguetes BM-21. Publicações em redes sociais mostraram os danos causados pela artilharia a uma loja de conveniência e a um posto de gasolina na Tailândia.