"A OTAN ainda é importante, os EUA ainda são importantes, mas se eles forem perdendo o poder relativo, se forem perdendo a capacidade de organizar o mundo aos seus interesses, à medida que os países ocidentais perdem esse foco, a OTAN também deve ser esvaziada."
"A ONU tem sofrido um enfraquecimento. Então, talvez, o caminho agora para os Estados Unidos, por exemplo, se reafirmarem como hegemonia, seja pela OTAN, mas esse é o meu palpite analítico."
BRICS × OTAN
"Uma organização que, a princípio, se presta à defesa do Atlântico Norte, da Europa, querendo arbitrar questões comerciais e acordos internacionais fora da sua área de abrangência é algo bastante perigoso e que me surpreendeu."
"[A OTAN] está nos colocando responsabilidades e nos ameaçando de retaliação sobre condições que nós não temos como arbitrar. Nós não temos como — Brasil ou, mesmo, Índia e China — conversar com o governo russo e propor um acordo de paz que seja ainda benéfico para o Ocidente, o que eles desejam."
"De forma muito peculiar, no mesmo balaio que Trump traz o tarifaço contra o Brasil, ameaças ao BRICS e a quem se aliar à desdolarização, traz também essa pressão [pelo acordo de paz] aos países. Acho que tem um dedo muito forte do que é a liderança do Donald Trump nesse sentido. Não é algo que a gente está acostumada a ver da OTAN."
"Qual vai ser o caminho para conter essa ameaça [do BRICS], para frear essa ameaça? É tentar desarticular esse grupo."