"A medida é também um recado inequívoco: nem ministros, nem burocratas dos escalões inferiores, nem seus familiares estão imunes. Mais cedo ou mais tarde, todos os que contribuírem para sustentar esses regimes responderão pelo que fizeram — e não haverá lugar para se esconder. Seguiremos com nossas agendas em Washington DC ao longo da quinta-feira", disse em nota, segundo veiculou a Folha de S. Paulo
Nesta quarta-feira (13), o Departamento de Estado dos EUA informou que revogou os vistos de "vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS [Organização Pan-Americana de Saúde] cúmplices no esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano".
Ações do governo dos EUA
No dia 9 deste mês, o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, usou suas redes sociais oficiais para fazer críticas ao Judiciário brasileiro. Sem mencionar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, ele afirmou que "um único juiz do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder ditatorial" no Brasil.
Na mensagem publicada no X, Landau — subordinado a Marco Rubio — destacou que a separação entre os poderes do Estado é uma "garantia de liberdade" e acrescentou: "Nenhum ramo ou pessoa pode acumular tanto poder se for controlado pelos outros." Ele insinuou que a divisão de poderes estaria sob ameaça no país.
Em 30 de julho, o Tesouro dos EUA incluiu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de restrições do departamento, acusando o ministro de "campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam direitos humanos e processos politizados — inclusive, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro", investigado nos processos da trama golpista após as eleições de 2022.
No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras. A taxação, que excluiu cerca de 700 produtos, como suco de laranja e itens de aviação, entrou em vigor na última quarta-feira (6).
Sobre as taxações, e sem citar o deputado federal Eduardo Bolsonaro — filho do ex-presidente, que está nos EUA há alguns meses fazendo lobby contra o julgamento do pai e se dizendo um dos responsáveis pelas medidas contra o Brasil —, Moraes declarou que o objetivo dos investigados é "provocar instabilidade e abrir caminho para um novo ataque".
"Assumem, inclusive nas redes sociais, a intermediação com um governo estrangeiro para impor medidas econômicas contra o Brasil, como a taxação de 50% dos produtos brasileiros nos Estados Unidos."