Segundo ele, o desfecho das ações penais em curso já estaria "resolvido" antes mesmo da deliberação dos ministros do Supremo.
"A minha expectativa de é que o teatro está feito, que essa semana a gente vai ter uma condenação já vista há muito tempo. Eu acho que todos vocês acompanharam um processo que, na realidade, já tinha o caminhamento resolvido", criticou.
Zucco também aproveitou para chamar a atenção para o que classificou como "vaza toga" — expressão usada para se referir a supostos vazamentos e irregularidades em processos judiciais. Segundo ele, há "problemas processuais, crimes linkados a documentos forjados" que estariam sendo ignorados pela maior parte da imprensa.
O deputado, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso, denunciou o que considera uma "grande injustiça" e apontou que manifestações populares demonstrariam apoio à anistia.
"Todos vocês puderam ver, no domingo, o Brasil mobilizado em suas capitais, com os brasileiros pedindo que se paute a anistia", disse. E completou: "Em momentos anteriores, a anistia foi dada para homicidas, para sequestradores. E hoje a gente pede anistia para quem colocou um batom numa estátua."
Zucco voltou a argumentar que os réus não tiveram direito ao devido processo legal e à ampla defesa, e afirmou que o julgamento está sendo observado por outros países. "O mundo está observando o que está sendo pautado aqui [no Brasil] na data de hoje", disse.
De acordo com o parlamentar, a proposta de anistia já conta com o apoio da maioria dos deputados e líderes partidários, inclusive de siglas fora do campo bolsonarista. "Não é o líder da oposição, o deputado Zucco, que está falando", disse, reforçando que outros líderes partidários — como os do Progressistas, União Brasil e Republicanos — também apoiariam a votação da matéria.
"Se temos um número suficiente para colocar no plenário, por que não colocar? Que democracia é essa?", questionou.
Zucco anunciou que levará a proposta ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e que o primeiro pedido em reunião de líderes seria para que a anistia seja pautada com urgência. "Já temos reunião de líderes na residência oficial do presidente Hugo Motta. E o primeiro pedido que eu vou fazer para ele é que seja pautado a anistia ampla e restrita."
A minuta do projeto, segundo o deputado, ainda está sendo discutida entre os presidentes das Casas e líderes partidários. Ele reconhece que o texto passou por alterações desde versões anteriores, como a de 2019, mas garantiu que a proposta segue viva. "A minuta está sendo construída", arrematou.
Votação acontecendo
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, deu o pontapé na apresentação do seu voto no processo contra Bolsonaro e outros 7 réus. A expectativa é de que a manifestação ocorra durante todo o dia e que Moraes faça uma análise rigorosa dos crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo diante das pressões políticas e da administração do presidente norte-americano Donald Trump por concessões aos réus.