"Se você ler as sanções e analisá-las, verá que são bastante pesadas. […] Portanto é uma pressão total, com certeza, e esperamos que essas sanções causem danos. Como o secretário do Tesouro [Scott Bessent] disse ontem [22], esse é apenas o primeiro passo", declarou Karoline Leavitt a jornalistas na última quinta-feira (23).
"Entendo que essa é uma sanção que já estava mais ou menos anunciada, principalmente depois do encontro entre Trump e Zelensky, no qual Zelensky pediu mais sanções, fez esse tipo de pressão. E, pelo tom do que foi divulgado da conversa entre os dois, me parece que já era mais ou menos previsível que isso fosse anunciado."
"Por um lado, os Estados Unidos tentam fazer um aceno à Ucrânia, claro, visando sempre estrategicamente a um ganho econômico para os Estados Unidos; ao mesmo tempo, eles fecham uma possibilidade de apoio mais material, digamos assim, com o envio de mísseis para bombardeios ucranianos em solo russo."
"A União Europeia está mais nessa situação, de que existe até uma pressão por parte do seu maior parceiro, os Estados Unidos, pela adesão do bloco [às sanções], e, com isso, [o que tenta se passar é] uma mostra de força e coesão, tanto da União Europeia quanto dos Estados Unidos, em torno desses valores liberais."
Sanções reforçam russofobia europeia
"As medidas da União Europeia também têm uma camada geopolítica diferente, de manter o discurso russofóbico vivo dentro da Europa. Esse discurso russofóbico é muito importante para validar as futuras políticas dos governos liberais da Europa, que, com o déficit orçamentário e a necessidade de cortes nas estruturas orçamentárias, esses cortes devem atingir principalmente a área social."
"Os governos que vêm depois dos protestos que derrubaram o governo ucraniano em 2014, muitos desses protestos instigados pelos países europeus, instigados pela União Europeia, por senadores estadunidenses, gerando esse golpe, não foram mais reconhecidos por Moscou, gerando essa escalada entre eles."
"A Rússia não vai, do dia para a noite, se render e falar: 'Não, não apliquem sanções, que a gente discute'."