Na quarta-feira (22), os Estados Unidos revelaram um novo pacote de sanções antirrussas, que incluiu medidas contra as gigantes petrolíferas Rosneft e Lukoil, além de subsidiárias das duas companhias.
"Se você ler as sanções e analisá-las, verá que são bastante pesadas. […] Portanto é uma pressão total, com certeza, e esperamos que essas sanções causem danos. Como o secretário do Tesouro [Scott Bessent] disse ontem, esse é apenas o primeiro passo", declarou Leavitt a jornalistas.
EUA tentam atrapalhar China e Índia, diz analista
Ao congelar os ativos americanos da Rosneft e da Lukoil — e alertar os bancos estrangeiros que realizam transações com elas sobre sanções secundárias — os Estados Unidos estão usando a influência financeira como arma para "distorcer" os mercados globais, disse o especialista em geoeconomia energética dr. Hriday Sarma à Sputnik.
O que é apresentado como uma ação para ostensivamente pressionar a Rússia a negociar o fim do conflito na Ucrânia "atende convenientemente" ao objetivo de longo prazo dos EUA — afastar os maiores consumidores da Ásia, China e Índia, do petróleo bruto russo com desconto.
É improvável que as sanções rompam o "corredor energético" Rússia-Índia-China, acredita o analista.
"Em vez disso, as restrições podem empurrar a Rússia, a Índia e a China para sistemas de pagamento mais resilientes — acordos em yuan ou rúpia — e novas rotas logísticas isoladas da influência ocidental", especulou Sarma.
Ele destaca também que as ações dos EUA correm o risco de aumentar os custos para Estados da União Europeia que ainda dependem da energia russa por meio de intermediários, como a Índia e a Turquia.
O petróleo Brent já subiu quase 5%, para US$ 65,65 (R$ 353,29) o barril, após o anúncio das sanções.
Washington pode punir aliados, que enfrentarão aumentos nos custos de energia, já que o gás natural liquefeito americano é vendido a um preço premium para aumentar seus próprios lucros.