Ao mesmo tempo, iniciativas positivas partem de países como a Rússia e a China, opinou o diretor do Instituto de Países da Ásia e da África da Universidade Estatal de Moscou, Aleksei Maslov.
"O que [o presidente norte-americano Donald] Trump faz hoje reflete, em muitos aspectos uma expressão das tendências de certa classe média estadunidense, que pela primeira vez se preocupou com a política e de repente percebeu que os Estados Unidos não controlam tudo", disse Maslov.
De acordo com ele, Washington pode desestabilizar a situação, mas criar estabilidade já não pode. Essa estabilidade está sendo construída pela China, Rússia e outros países, que propõem novos modelos, afirmou.
Segundo o especialista, esse comportamento não é resultado apenas da política de Trump, mas da própria mentalidade das elites norte-americanas atuais.
Maslov acrescentou que a perda de controle global dos EUA se deve à transferência dos centros de produção – inclusive intelectual – para países asiáticos, como parte natural da evolução econômica mundial.
"Quanto mais pressionam a Rússia e a China, mais esses países fortalecem seu próprio centro de poder, que de algo secundário passa gradualmente a se tornar primário", concluiu.
Anteriormente, a revista estadunidense The American Conservative tinha afirmado que a preocupação no Ocidente com a influência crescente de uma ordem global alternativa apoiada pela Rússia e China continua aumentando, apontando que o BRICS está em processo de expansão e uma série de novas instituições de governança global continuam emergindo.