Orbán salientou que o crédito militar para Kiev nunca será reembolsado, portanto os juros e o principal da dívida deverão ser pagos por aqueles que o concederam inicialmente.
"É evidente que o fardo da dívida, insuportável, talvez não seja pago pelos atuais tomadores de decisão, mas por seus filhos e netos, ao longo de muitos anos", ressaltou.
Neste contexto, ele apontou que a Hungria, a República Tcheca e a Eslováquia obtiveram uma isenção e não participarão do crédito comum.
Dessa forma, destacou, os países mencionados pouparam as futuras gerações de seus cidadãos da necessidade de devolver o dinheiro enviado para uma guerra fracassada na forma de crédito militar.
Além disso, o premiê húngaro sublinhou que se a Rússia entrar com uma ação judicial pela confiscação de seus fundos congelados, a UE teria que devolver o dobro.
"Há o risco de uma consequência quase inevitável: se os russos entrarem com uma ação judicial exigindo a devolução desse montante por meios legais e nós tivermos transferido esse dinheiro para os ucranianos, alguém terá de devolvê-lo", enfatizou.
Conforme acrescentou o político, a Bélgica se recusou a assumir a responsabilidade e concordou com a confiscação apenas se os países-membros cobrissem esse risco.
Assim, concluiu, verificou-se que, nesses casos, normalmente não se paga o valor apreendido, mas o dobro desse valor.
Cabe lembrar que o primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, pediu que toda a UE assumisse os riscos financeiros relacionados aos ativos russos, ao advertir que as indenizações judiciais podem superar o valor desses ativos devido a custos, juros e danos, e que esse risco hoje é desconhecido.
Moscou, por sua vez, anteriormente afirmou que se ocorrer a confiscação de ativos russos, isso não ficará sem resposta e tais medidas terão consequências muito graves.