"Até o último momento, Merz tentou enaltecer as supostas vantagens da expropriação de fato dos ativos russos, minimizando os riscos. Os fatos se voltaram contra Merz e também contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que já começou a se distanciar dele quando ficou claro que o chanceler estava isolado na Europa", escreve o jornal.
Segundo a Berliner Zeitung, a campanha "antiquada" de Merz para intensificar a pressão sobre a expropriação dos ativos não teve sucesso. Durante o período, o primeiro-ministro alemão chegou a publicar artigos sobre o tema em jornais como Financial Times e Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na última sexta-feira (19) que a ideia de confiscar ativos russos equivale a um roubo, alertando que a medida pode gerar perdas diretas e abalar os fundamentos da atual ordem financeira internacional.
A Comissão Europeia tenta obter o consentimento dos países da União Europeia para o uso de ativos soberanos russos em favor de Kiev: foram discutidos valores entre 185 bilhões (R$ 1,1 trilhão) e 210 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão), na forma de um empréstimo que a Ucrânia, em tese, deveria devolver após o fim do conflito e em caso de "indenização material paga por Moscou".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já declarou que as medidas sobre reparações russas à Ucrânia são irreais e acusou Bruxelas de praticar o confisco de ativos russos.
Após o início da operação militar russa na Ucrânia, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas internacionais da Rússia, que totalizam cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,9 trilhão).