A única maneira para derrotar o EI na Síria, disse Obama, é a formação de um novo governo sírio sem a participação do atual presidente Bashar al Assad.
Ele acrescentou que, no final de maio, "discutiu isso com a liderança dos países do Golfo Pérsico, em Camp David e durante uma conversa telefônica recente com o presidente russo Vladimir Putin”.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que a conversa teve realmente lugar, mas a Rússia mantém a mesma posição e está pronta para apoiar Damasco.
O especialista em questões islâmicas Georgy Engelgardt comentou para a Sputnik a declaração de Obama, notando a sua inflexibilidade – para os Estados Unidos a remoção de Assad é um objetivo que não depende das mudanças na Síria.
“Eles ‘colam’ o seu objetivo a qualquer novo contexto. Eles estabeleceram esse objetivo como uma prioridade que deve ser alcançada e não podem admitir que toda a luta requer a participação do governo de Assad como força principal. Obviamente, no contexto das relações muito difíceis com a Rússia, os EUA estão tentando amarrar Moscou à sua política através desta retórica”, disse Engelgardt.
Obama disse no seu discurso que a luta contra o grupo extremista não será rápida, que haverá "períodos de progresso e retrocesso". No entanto, ele está confiante de que a posição do Estado Islâmico está bastante enfraquecida.
O assessor do ministro da Informação da Síria, Ali al-Ahmad, observou que há uma contradição nos planos de Obama sobre a eliminação do EI porque “o Ocidente faz tudo o que pode para desvalorizar as instituições da Síria, incluindo o seu exército, para enfraquecê-lo, para criar um estado de caos e tumulto”.
“Os americanos se deparam com o seguinte: eles podem preparar as pessoas, mas não podem controlar sua ideologia. O fato é que os americanos compreendem bastante mal o difícil contexto local e os seus objetivos estão sempre muito longe de quaisquer metas dos grupos étnico-políticos locais que têm o verdadeiro poder. Qualquer grupo local sente que ele é usado e paga com a mesma moeda. Eles [os grupos] usam as novas capacidades técnicas para atingir seus objetivos. Eles não se importam com o que os americanos possam querer deles”, explicou o especialista.