Para permitir que os membros da APA usassem a violência durante interrogatórios, a associação fez mudanças no seu código deontológico. Ativistas norte-americanos de direitos humanos, que por muito tempo suspeitaram a organização de favorecer a participação de torturas, finalmente obtiveram provas, que serão apresentadas durante a acusação penal contra a associação.
Por muitos anos a APA, que conta com mais de 130 mil associados nos Estados Unidos, negou a participação de seus membros em torturas realizadas por militares e inteligência norte-americanos durante interrogatórios após os atentados de 11 de setembro em Nova York. Mas, segundo escreveu o Guardian, a informação coletada pelo ex-assistente do promotor David Hoffman prova o contrário.
Segundo o relatório de Hoffman, a ex-chefe da APA, Stephen Behnke, alterou o código de ética da organização para permitir aos psicólogos participar de interrogatórios e mesmo criar e aplicar novos métodos de tortura.
Segundo Nadine Kaslow, ex-presidente da APA, declarou ao Guardian, o último dia de Behnke na APA foi 8 de julho, após a organização ter recebido o relatório Hoffman. Ela não especificou se Behnke renunciou ou foi demitido. Segundo ela, são prováveis novas demissões e renúncias nas próximas semanas.
Lembramos que, em 9 de dezembro de 2014, nos Estados Unidos foi publicado um resumo de 500 páginas do relatório do Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos sobre torturas que a CIA usou contra os suspeitos de terrorismo. O documento completo consiste de 6 mil páginas e a sua preparação levou quatro anos e custou US$ 40 milhões.
Após os atentados de 11 de setembro em Nova York, durante a presidência de George W. Bush, a CIA aplicou torturas aos suspeitos de terrorismo, inclusive a simulação de afogamento, privação prolongada de sono, ameaça de abuso sexual e alimentação retal sem necessidade médica.