A ação penal foi iniciada pelas famílias de 18 passageiros a bordo do avião, inclusive seis britânicos. Eles reclamam um montante de 900 milhões de dólares.
Os papéis do processo têm um seguinte extrato:
“O voo MH17 estava voando no espaço aéreo sobre a área na qual o mencionado exército rebelde estava realizando as suas atividades de guerra sob a responsabilidade de comando do réu Girkin [Strelkov] abateu o mencionado avião Boeing 777-200”.
Ao mesmo tempo, Floyd Wisner, jurista que instigou esta ação, revelou um detalhe muito interessante:
“Não é por dinheiro, é pela obtenção de respostas de Girkin e pela pressão sobre a Rússia para fazê-la cooperar com o tribunal internacional”.
O próprio ex-ministro da Defesa das milícias, Igor Strelkov, comentou o assunto no seu blog em um site dedicado à história:
“É profundamente sintomático que os habitantes do Reino Unido ‘avaliem’ as vidas dos seus parentes em dinheiro. Já não há aquela ‘boa velha Inglaterra’. Há uma ‘comunidade de gestores de diversos graus de efetividade que habitam no Reino Unido’. Toda a sua moralidade e valores humanos tem equivalente em dinheiro”.
É de notar que na véspera do primeiro aniversário do acidente do Boeing malaio aumenta a pressão internacional nesta questão. Assim, na quarta-feira (15) a Malásia introduziu no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a criação de um tribunal internacional de investigação do acidente do voo MH17.
Durante a conversa de hoje (16) entre o premiê holandês, Mark Rutte, e o presidente russo, Vladimir Putin, o chefe da Rússia esclareceu a posição oficial sobre a criação do tribunal acima mencionado, declarou a assessoria de imprensa do Kremlin:
“Putin explicou em detalhes a posição russa que consiste no seguinte: a iniciativa de uma série de países, inclusive a Holanda, de criar um tribunal internacional para perseguição criminal de pessoas responsáveis pela destruição do avião malaio é contraprodutiva e extemporânea”.
Em 17 de julho de 2014 um avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17 entre Amsterdã e Kuala Lumpur caiu no sudeste da Ucrânia. Todas as 298 pessoas a bordo da aeronave morreram no acidente.