Lembramos que a Malásia apresentou no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a criação de um tribunal internacional de investigação do acidente do voo MH17, que foi abatido no leste da Ucrânia em julho de 2014. A Rússia não apoia esta proposta. O presidente do país Vladimir Putin caracterizou esta iniciativa como “contraproducente e extemporânea”.
Segundo o plano da Malásia, o tribunal deve garantir um processo penal justo para os culpados no acidente do voo MH17.
Segundo ele, as datas das novas consultas ainda não foram marcadas, assim como a data da possível apresentação do projeto ao Conselho de Segurança.
“Se de alguma maneira for possível corrigir este momento essencial e difícil, será possível buscar uma solução no Conselho de Segurança que seja na linha da resolução 2166 [resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre necessidade de investigação independente, multilateral e escrupuloso do acidente]”, manifestou.
“Estou muito satisfeito com o curso e os resultados desta discussão. Com certeza, soaram algumas réplicas polêmicas dos nossos colegas ocidentais. Mas em geral eu senti o desejo de, nessas condições difíceis e sob uma grande pressão propagandista criada pela mídia mundial, o Conselho de Segurança não ser envolvido num qualquer jogo político propagandista, mas sim ajudar a dar um passo real na realização da investigação que leve por fim a um processo penal, que é necessário”.
Nikolay Starikov, cientista político russo, comentou o projeto de tribunal internacional:
“O que o Ocidente propõe é, em primeiro lugar, estabelecer um tribunal e depois disso realizar uma investigação. Porém, segundo as normas internacionais, tudo deve ser feito ao contrário. O Ocidente nomeou o culpado antecipadamente – é a Rússia. Ele precisa retirar do processo o maior número possível de vantagens políticas. Por isso eles propõem estabelecer este tribunal”, opina.
Em 17 de julho de 2014, um avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17 entre Amsterdã e Kuala Lumpur foi abatido no sudeste da Ucrânia (Donbass). Todas as 298 pessoas a bordo da aeronave morreram no acidente.