A política externa de Barack Obama sempre foi e continua sendo um “mistério”, escreve Robert Parry, do Consortium for Independent Journalism (CIJ). Por um lado, o líder norte-americano se comporta como “realista” e trabalha construtivamente com outros países e atinge assim resultados positivos, por exemplo, o acordo com o Irão, a aproximação com Cuba, explica Perry. No entanto, às vezes ele, ao contrário, “age a favor dos neoconservadores, provocando crises horríveis”, em particular, as guerras na Síria, Líbia e o conflito na Ucrânia, resultado da “tática de golpes” usada por Washington.
“Em 2013 ele cancelou a operação aérea planejada contra o exército do governo sírio (que levaria à vitória da Al-Qaeda e reforço do Estado Islâmico).”
Mas o jornalista afirma que Obama não resiste realmente aos neoconservadores. Por exemplo, ele deixou publicar os relatórios da inteligência sobre o acidente do MH17 na Ucrânia, enquanto especialistas norte-americanas preferem não tirar conclusões tão apressadas.
A crise ucraniana ilustra esta qualidade de Obama, considera Perry. Por um lado, o “Obama-realista” percebe que é necessário acabar com propaganda antirussa. Por outro lado, há o “Obama-tímido” que tem medo de se tornar vilão. Finalmente, há o “Obama arrogante” que não diz a verdade aos americanos.
Entretanto, as crises internacionais provocadas pelos EUA continuam a levar o mundo a um potencial Armagedom.