O professor do Curso de Relações Internacionais do INEST – Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense, Fernando Almeida, explica que a situação envolvendo a Guiana e a Venezuela é o maior conflito territorial da América do Sul.
“É uma área muito grande, que passou a ser ainda mais visada pelos dois países em razão da descoberta recente de poços de petróleo pela empresa norte-americana Exxon, que pretende atuar no território de Essequibo. Esta região até aparece em alguns mapas da Venezuela como uma área hachurada, já que os venezuelanos a consideram ainda em disputa. Para os guianenses, faz parte do território deles. Os dois países já colocaram nas respectivas Constituições que esse território pertence a cada um deles. E essa descoberta recente de petróleo, que pode ser vultosa, é que vem acirrando recentemente a disputa.”
Maduro não gostou das declarações dadas por David Granger à revista brasileira:
“Coloque-se de acordo com seu próprio cérebro. Ou me pede boas relações ou continua com suas provocações. Um dos dois”, disse Maduro na TV.
No pronunciamento, o presidente da Venezuela ameaçou interromper o acordo comercial de venda de petróleo a preços subsidiados para a Guiana, em troca da importação de arroz.
Para o especialista em Relações Internacionais Fernando Almeida, petróleo é sempre um fator de muitos problemas. Ele prevê que em breve a questão deverá esquentar, até mesmo exigindo o envolvimento das Nações Unidas. Almeida acha difícil, porém, saber quem vai realmente conseguir mediar a situação, pois a Venezuela não aceita a intermediação da OEA – Organização dos Estados Americanos, alegando que essa entidade não passa de um braço dos Estados Unidos, e que a Guiana estaria de joelhos perante os EUA.