Em duas cartas escritas no início deste mês, o príncipe defendeu a queda de Salman, que acedeu ao trono em janeiro, dizendo que o rei de 80 anos está inapto para governar.
"O rei não está em uma condição estável e, na realidade, o filho do rei [Mohammed bin Salman] está governando o reino", disse o príncipe, citado pelo jornal. "Então, quatro ou possivelmente cinco dos meus tios vão se reunir em breve para discutir as cartas. Eles estão fazendo um plano com um monte de sobrinhos e isso vai abrir a porta. Uma boa parte da segunda geração está muito ansiosa", acrescentou.
Além disso, o príncipe também fez alusão a uma insatisfação mais ampla com o Rei Salman, que se estenderia para muito além da família real.
"O público também está pressionando muito por isso, todos os tipos de pessoas, líderes tribais. Eles dizem que você tem que fazer isso ou o país vai para o desastre", afirmou.
Meca, Petróleo e Iêmen — dor de cabeça tripla para os sauditas
Porém, quinze dias depois de mais de 100 pessoas terem morrido na sequência do colapso de um guindaste de construção na Grande Mesquita de Meca, outras 717 perderam a vida pisoteadas após um tumulto ocorrido durante a peregrinação islâmica do Hajj. Centenas de pessoas ficaram feridas. As tragédias levantaram críticas da população local e até do vizinho Irã, com o Presidente Hassan Rohani questionando a legitimidade da liderança saudita para gerenciar locais e eventos sagrados desse porte e acusando o país de incompetência.
Saudi Arabia needs to be held accountable for the death of 700+ pilgrims during Hajj pic.twitter.com/KQHcAFgh1r
— Mina (@mina_ysf) 26 setembro 2015
Nesse contexto, o filho do rei, Mohammed bin Salman, também se encontra sob pressão crescente, ainda mais por ser responsável pela empresa estatal de petróleo Aramco. Além disso, Mohammed também acumula o cargo de ministro da Defesa, onde enfrenta problemas de outra ordem.
Dozens dead in #Yemen wedding #airstrike, witnesses blame Saudi-led coalition http://t.co/r7NA2XywCx pic.twitter.com/GDpiEhowiF
— Sputnik (@SputnikInt) 29 setembro 2015
Como resultado dos problemas recentes em torno do reino, o príncipe não identificado conclamou os 13 filhos sobreviventes do fundador Ibn Saud a unirem-se para derrubar a liderança em um golpe de Estado, no que seria um dos acontecimentos mais dramáticos da história do país.