A imprensa israelense também declara que a resolução busca adicionalmente reclamar a Porta de Mughrabi que também se situa no Monte de Templo para os palestinos e condena as ações de Israel na Cisjordânia, faixa de Gaza e Jerusalém que eles chamam de “capital ocupada da Palestina”.
A resolução também acusa o governo de Israel pela escalação de violência nos últimos meses, após uma onda de ataques de terror e a retaliação por parte das forças de segurança de Israel. Segundo a resolução, o apelo das autoridades israelenses aos cidadãos para portarem armas, resultou na intensificação da violência.
A diretora-geral da UNESCO Irina Bokova criticou por sua vez na terça-feira (20) as ideias que possam resultar em “mudanças do status da Cidade Velha em Jerusalém”. Ela apelou ao conselho executivo para “tomar decisões que não contribuem para o aumento de tensão no local e que encorajam o respeito pelo caráter sagrado destes locais”.
O Muro das Lamentações, considerado como o local mais sagrado em Jerusalém pelos judeus, é a única estrutura que permanece do Segundo Templo, destruído pelos romanos no ano 70 d.C., e fazia parte dos quatro muros erguidos pelo rei Herodes o Grande em torno do Monte do Templo.
O Muro fica junto à Mesquita de al-Aqsa, no Monte de Templo, e faz parte do território tomado por Israel quando ele conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias em 1967.
A Chancelaria israelense, por sua vez, ficou indignada com a resolução árabe:
“No contexto das tentativas palestinas de fazer passar na UNESCO uma resolução que distorce a realidade e falsifica os fatos históricos em Jerusalém ao apresentar o Muro das Lamentações como um sítio santo muçulmano, O Ministério do Exterior… trabalha ativamente para impedir estes planos pérfidos”.
Vítimas do conflito
Lembramos que a resolução foi apresentada no meio da onda de violência que sacudiu Jerusalém e a Cisjordânia.
O Ministério de Saúde da Palestina declara por sua vez que 51 palestinos já foram mortos desde o início de acontecimentos. Entre as vítimas mortais estão dez crianças, o mais jovem dos quais tem 16 meses e o mais velho – 17 anos. Além disso, 1.900 pessoas sofreram ferimentos durante a dispersão e perseguição da multidão por parte da política israelense, que usou balas de borracha e de combate. 3.500 sofreram de dificuldades respiratórias na sequência do uso de gás venenoso pelas forças de segurança israelenses.